Desde que fiz Erasmus na Alemanha sempre senti aquele bichinho cá dentro de viver uns anos noutro país. Adorei a experiência do Erasmus (apesar de lá ter estado sozinha) e cresci imenso como pessoa, como filha e namorada. Aprendi a cozinhar, a valer-me a mim própria e a desenrascar-me sozinha. Se precisava de alguma coisa, vá de saber como é que podia resolver. Organizei o horário da faculdade, conheci pessoas (não foram muitas e não tenho o contacto de ninguém) e passeei bastante. Se já gostava do país, por aquilo que ouvia, passei a adorar.
Os meus pais foram visitar-me e o namorado também, e desde aí temos falado inúmeras vezes de ir viver para lá. Nunca se proporcionou por n motivos (profissionais principalmente), mas sinto cada vez mais que o meu lugar passa por outro sítio, outra vida e outro país.
Ando descontente com a minha vida como nunca pensei estar (o que me vale é o meu amor e a minha família), não consigo arranjar um trabalho decente por mais cvs que envie, os recibos verdes são de uma precariedade incrível e não se ganha assim tão bem (quer dizer, eu pelo menos não), parece que o mercado de trabalho só funciona por cunhas - que eu não tenho em parte alguma - e não me conformo que o governo não se preocupe minimamente com a situação de desemprego dos milhares de licenciados que saem todos os anos da faculdade. Vivemos numa sociedade cada vez mais culta e com mais estudos e afinal o que é que ganhamos com isso? Eu não tenho ganho nada e sinto que os jovens vêm as suas capacidades cada vez menos aproveitadas e a desmotivação aumenta em proporção ao número de inscritos no Centro de Emprego.
Por todas estas coisas, estou disposta a deixar tudo o que já construí em Portugal e mudar radicalmente de vida, mesmo que isso implique ficar longe do marido e da família, porque eu sou pelos sacrifícios se for o melhor para nós em determinada altura. A Alemanha encabeça a lista de países desejados, pois claro, porque já conheço e me identifico imenso com a mentalidade e o modo de vida dos alemães. Esta semana vou fazer por isso e depois dou notícias.
Percebo o que queres dizer, quando não estamos realizados a nível profissional torna-se muito frustrante, mas aviso-te que não é fácil estar longe de quem se ama. Eu e o meu namorado já vivíamos juntos e durante um ano ele não teve trabalho. Saiu do país e está do outro lado do oceano. As saudades são horríveis e há muitos dias em que se tenta lembrar porque foi embora. Se o fizeres certifica-te que o teu marido pode juntar-se a ti, porque senão fica muito difícil de gerir. Força!
ResponderEliminarNum momento em que tanto me faz onde estou para fazer o que faço, coloco-me essa opção várias vezes. Tenho adiado decisões, mas a cada dia sei que já estive muito mais longe. Boa sorte! :)
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